Já pensou se não houvesse resistência cultural?
Onde ficariam os relatos da história dos diversos povos, supostamente perdedores dos conflitos no passar dos séculos?
Sempre penso nisso antes de entrar em aula, penso na responsabilidade que tenho em instigar nos jovens apreço por sua própria memória. E é bem difícil faze-los entender que o cinema e o vídeo não são mera tecnologia à serviço do entretenimento, é extremamente difícil faze-los entender que o audiovisual não é só ferramenta de uma profissão, é dificil pra eles acreditar que os mesmos tem uma história interessante e que são eles vetores do futuro, e a continuidade do registro de sua cultura só depende deles.
Tenho diariamente me preparado para lidar com essas questões, seja pensando uma nova metodologia, seja estudando mais para preparar os conteúdos, estou em constante aperfeiçoamento, e não pensem que isso é algo a ser vangloriado, não faço mais do que meu dever dentro do que escolhi como opção pra vida.
O que reacende a chama de minha luta diária é acreditar que sou o que faço, e faço o que vem de meu ser, assim sendo descubro que o que é difícil não é impossível, e os resultados que temos é fruto do reencontro do jovem com sua própria consciência, por muitas vezes adormecida, mas nunca inexistente, e deixa-lo com fome de saber, inclusive aquilo que você não sabe, é um eterno ciclo de troca de experiências humanas.
O vídeo digital que é o que tenho usado nas aulas tem sido não para os jovens do arrastão, mas pra muitos jovens de diversas periferias do Brasil uma alternativa super importante para que os mesmos possam mostrar seus pontos de vista sobre o cotidiano, suas percepções estéticas, suas experimentações sonoras, enfim, tem sido a nova forma de registro ainda oral das novas gerações, compreender sua técnica pode dar futuro não só no trabalho, mas também na história.
Por Daniel fagundes (Educador de audiovisual)
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