O meu nome é Lígia Silva, tenho 37 anos, dos quais 15 foram perdidos no mundo das drogas. Sempre fui uma criança rebelde com uma grande necessidade de afirmação e aceitação. O meio que encontrei para preencher este vazio foram as drogas. Por isso, aos 12 anos, comecei a consumir vários tipos de drogas, sempre pensando que conseguia controlar a situação. Não fiquei imediatamente viciada, mas as consequências dos consumos me levaram a fugir de casa 10 vezes durante um mês.
Nesta altura da minha vida, os meus valores e princípios eram sem qualquer fundamento, tal como a minha auto-estima, que se foi degradando ao longo dos sucessivos consumos. Um dos motivos interessantes da minha vida foi que, dois anos antes de me envolver nas drogas, assistia frequentemente à escola dominical onde tinha ouvido falar de Jesus. Este tempo não foi em vão, senão agora não podia estar a partilhar a minha história com vocês.
Por volta dos 17 anos fiquei dependente das drogas, foi nesta época que comecei a curta caminhada que leva à até, à prostituição. Era frequente envolver-me em roubos e “esquemas”, pelo que os sonhos de menina nunca chegaram a concretizar-se. Com o decorrer do tempo, a minha degradação era cada vez mais patente, ao ponto de eu não gostar de mim própria. Estava reduzida a nada, sem valores, princípios, higiene e sem contacto com a família. Pensava eu que estava só.
Aos 29 anos fiquei gravemente doente e fui internada num hospital já sem qualquer esperança de vida. Foi nesse local que conheci a equipa que me ia visitar semanalmente. Foram eles que me falaram de esperança e de uma hipótese de voltar a ser feliz. Deparei-me com padrões de vida saudáveis e enchi o meu coração de esperança e de sonhos. É verdade que tive de deixar “coisas” que considerava importantes, mas valeu a pena. Claro que tive que aprender a viver de novo, a gerir o meu dinheiro, a selecionar prioridades (...).Hoje, sou uma mulher restaurada e tenho oportunidade de me dedicar ao meu trabalho, ajudando pessoas que passam diariamente por aquilo que eu já passei. Não distribuímos somente comida e vestuário... acima de tudo, oferecemos esperança!
(http://jovensoalvoeaseta.blogspot.com/2008/01/testemunho-real-o-mundo-vicioso-das.html)
Edição: Daniela Loronha
Um comentário:
Sempre há esperança quando se acredita, de fato, nela.
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